"A jornada rumo à totalidade não é algo que se possa fazer da noite para o dia. É uma dança composta de vários passos, com muitos parceiros, muitas voltas e rodopios, muitas músicas, muitos estilos. Ela é imprevisível. E leva tanto tempo quanto for necessário."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Maya, Lila e Karma

Oi garotas!

hoje vamos falar do tema básico que se repete na mitologia hindu que é a criação do mundo pelo auto-sacrifício de Deus – “sacrifício” no sentido original de “fazer o sagrado”- pelo qual Deus se torna o mundo e, no final, o mundo torna-se novamente Deus.

Essa atividade criativa do Divino é chamada lila, a peça de Deus, e o mundo é visto como o palco para essa peça divina. Como ocorre com a maior parte da mitologia hindu, o mito de lila possui um intenso sabor mágico.

Brahman  é o grande mago que se transforma no mundo e desempenha sua façanha com seu  “poder criativo mágico”, que é o significado original de maya no Rig Veda.

A palavra maya – um dos termos mais importantes na filosofia da Índia – teve seu significado alterado ao longo dos séculos.



De “poder” do agente e mágico divino, veio a significar o estado psicológico de um ser humano sob o encantamento da peça mágica..

Na medida em que confundimos a miríade de formas da divina lila  com a realidade, sem perceber a unidade de Brahman subjacente a todas elas, continuaremos sob o encantamento de maya.

Maya, então, não significa que o mundo é uma ilusão, como erradamente se afirma com freqüência.

A ilusão reside meramente em nosso ponto de vista, se pensarmos que as formas e estruturas, coisas e fatos existentes em torno de nós são realidades da natureza, em vez de percebermos que são apenas conceitos oriundos de nossas mentes voltadas para a medição e categorização.

Maya, é a ilusão de tomar tais conceitos pela realidade, de confundir o mapa com o território.

Na concepção hinduísta da natureza, todas as formas são relativas, fluidas, maya em eterna mutação, conjuradas pelo grande mago da peça divina.

O mundo de maya transforma-se continuamente, uma vez que a divina lila  é uma peça rítmica e dinâmica.

A força dinâmica da peça é karma, um outro conceito fundamental do pensamento indiano.

Karma significa “ação” , não tendo nada a ver com destino, como pensam alguns

É o princípio ativo da peça, a totalidade do universo em ação, onde tudo se acha dinamicamente vinculado a tudo o mais.

E Dharma são os ensinamentos as práticas e realizações espirituais que protegem os seres vivos contra o sofrimento. Não tendo nada a ver com “Karma positivo” como já ouvi por aí.


Saudações!

foto: Fabi Kaufmann 
modelo: Luana Féboli 

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