"A jornada rumo à totalidade não é algo que se possa fazer da noite para o dia. É uma dança composta de vários passos, com muitos parceiros, muitas voltas e rodopios, muitas músicas, muitos estilos. Ela é imprevisível. E leva tanto tempo quanto for necessário."

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dança Clássica Indiana Estilo Odissi


Odissi é uma dança ritual da região leste daÍndia . Toda a dança é estruturada de uma forma sinuosa e não linear, com movimentos explorados através das duas posições básicas, chowka e tribhanga, símbolo das energias masculina e feminina.

O Odissi é uma dança ritual que se originou no Templo do Sol em Konark, em meados do século II a.C. O seu santuário e o espaço para a dança foram construídos na forma de uma carruagem do deus sol, Surya, com 24 rodas puxada por sete cavalos . Em frente à carruagem está o espaço destinado à dança Odissi, o Natamandira. Lá estão esculpidos todos os movimentos básicos da dança.

A dança ritual era realizada exclusivamente pelas dançarinas dos templos, chamadas Maharis. Simbolicamente casadas com o deus do universo, Lord Jagannath , as Maharis viviam e dedicavam-se ao serviço interno dos templos. O serviço interno dos templos foi interrompido por volta do século XVI, devido a várias invasões estrangeiras no estado aonde o templo está localizado. Nesta época surge uma casta de meninos que ofereciam-se a Lord Jagannath para substituir as Maharis. Essa classe de jovens dançarinos que vestiam-se como meninas tornou-se conhecida como Gotipuas.

Assim, a dança Odissi veio para fora dos templos e passou a ser apresentada em praças públicas e nas cortes reais.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Shiva e Parvati

Shiva Nataraja " O Senhor da Dança"


A DANÇA DE SHIVA


“Shiva, o senhor do linga, consorte de Shakti-Devi, é
também Nataraja, “Rei dos Dançarinos”.

A dança é uma ancestral forma de magia. O dançarino
ganha novas e maiores dimensões, torna-se um ser
dotado de poderes sobrenaturais.

Sua personalidade se transforma. Como a ioga, a dança
leva ao transe, ao êxtase, à vivência do divino. À
compreensão da própria e secreta natureza individual
e, por fim, à fusão com a essência divina. Por isso,
na Índia, a dança conviveu lado a lado com as severas
práticas ascéticas dos eremitas- jejum, exercícios
respiratórios, introversão absoluta.

Para, exercer a magia, para lançar encantamento sobre
outrem, é preciso que o indivíduo em primeiro lugar
encante a si mesmo.

Coisa que pode ser efetuada tanto através da dança
como da prece, do jejum e da meditação.

O que explica ser Shiva, portanto não só o arquiiogue
dos deuses, mas também, necessariamente, o senhor da
dança.

O propósito da dança pantomímica é transformar o
dançarino no demônio, deus ou entidade telúrica que
ele personificar.

A dança de guerra, por exemplo, converte os homens que
a executam em guerreiros; desperta-lhes as virtudes
bélicas, transformando-os em heróis destemidos.

A dança pantomima da caçada antecipa e assegura,
através da magia, o êxito da caça, convertendo os
participantes em infalíveis caçadores.

Para despertar de sua letargia os poderes naturais
referentes à fecundidade, os dançarinos imitam, com
sua mímica, os deuses da vegetação, da sexualidade e
da chuva.

A dança é um ato criador.

Suscita uma situação nova, e desperta no dançarino uma
personalidade nova e superior.

Possui uma função cosmogônica, isto é, desperta as
energias latentes para que confiram forma ao universo.

Numa escala universal, Shiva é o Dançarino Cósmico; em
sua manifestação dançante incorpora em si mesmo a
energia eterna que, simultaneamente, torna manifesta.

As forças reunidas e projetadas no seu girar frenético
e incessante são os poderes de evolução, preservação
e dissolução do universo.

A natureza e todas as suas criaturas são efeito dessa
dança eterna.

Shiva-Nataraja está representado numa bela série de
bronzes do sul da Índia, que datam dos séculos X e XII
d. C.

Os detalhes da imagem devem ser interpretados, de
acordo com a tradição hindu, como uma complexa
alegoria pictórica.

Ver-se- á que a mão direita superior porta, para a
marcação do ritmo, um pequeno tambor, cuja forma
sugere uma ampulheta.

Ele sugere o som, veículo da fala e portador da
revelação, tradição, encantamento, magia e verdade
divina.

Além disso, na Índia o som é associado ao éter, o
primeiro dos cinco elementos.

O Éter é a manifestação primordial e mais sutilmente
penetrante da Substância divina.

Dele emanaram, durante a evolução do universo, todos
os outros elementos: ar, fogo, água e terra.

Portanto, som e éter, unidos, significam o primeiro e
genuinamente verdadeiro momento da criação; são a
energia produtiva do Absoluto, em sua prístina força
cosmogenética.

No lado oposto, a mão esquerda superior, cujos dedos
formam uma meia-lua, mostra na palma uma língua de
fogo.

O fogo é o elemento da destruição do mundo.

No término do Kali-Yuga, o fogo aniquilará o corpo da
criação, sendo ele próprio então apagado pelo oceano
do vazio.

O equilíbrio das mãos ilustra o equilíbrio
criação-destruição no bailado cósmico.

Como exercício da crueldade dos opostos, o
transcendental mostra-se através da máscara do mestre
enigmático: criação incessante versus um insaciável
apetite de destruição: som contra chama.

O campo da terrível interação é o sítio onde ocorre a
dança do universo, que o bailar divino torna
esplêndido e horrendo.

O gesto de “não temas” confere proteção e paz, é feito
pela segunda mão direita, enquanto a outra mão
esquerda, na extremidade do braço transversal ao
peito, aponta para baixo, para o pé esquerdo erguido.

Este pé significa a liberação; nele o devoto encontra
refúgio e salvação.

Deve ser venerado, para que seja alcançada a união com
o Absoluto.

O gesto da mão que o aponta imita a tromba distendida
ou a “mão do elefante”, lembrando-nos o filho de
Shiva, Ganesha, o Removedor de Obstáculos.

A divindade é representada dançando sobre o corpo
prostrado de um anão-demônio.

Este é Apasmara-Purusha, “Homem ou Demônio (purusha),
chamado “Esquecimento” ou “Imprudência (apasmara)”.

Simboliza a cegueira da vida, a ignorância humana.

Subjuga-o a obtenção da verdadeira sabedoria.

Nesta está a libertação da servidão do mundo.

Um anel de chamas e luz emerge do deus e o circunda.

Diz-se que significa os processos vitais do universo e
de sua criaturas, e a natureza em sua dança, a
mover-se como se a impulsionasse um deus a dançar
dentro dela.

Ao mesmo tempo, diz-se que significa a energia da
sabedoria, a luz transcendental do conhecimento da
verdade, cuja dança emana da personificação do todo.

Outro significado alegórico atribuído ao halo
flamejante refere-se à sílaba sagrada AUM ou OM.("A"
mais "U" tem o som de "O") Considera-se esta expressão
mística (aye, amen), enraizada na sagrada linguagem
védica de prece e encantamento, como uma expressão
afirmativa da totalidade da criação.

“A” é o estado do despertar da consciência, de envolta
com seu mundo de experiência rudimentar.

“U” é o estado de consciência onírica, que vivencia as
sutis formas do sonho.

“M” é o estado do sono sem sonhos, a condição natural
da consciência imóvel e indiferenciada, na qual toda a
experiência é dissolvida numa não-experiência
bem-aventurada, num todo de consciência, num todo de
consciência potencial.

O silêncio que se segue à pronunciação trinaria A, U e
M, é a não-manifestação última, na qual se reflete a
perfeita supraconsciência, que se funde com a essência
pura e transcendental da realidade divina – Brahman é
vivenciado como Atman, o Self.

Por isso, AUM, fundido com o silêncio circundante, é
um som simbólico da totalidade da
existência-consciência, e ao mesmo tempo, sua
afirmação voluntária.

É provável que a origem do anel flamejante se refira
ao aspecto destrutivo de Shiva-Rudra; mas a
destruição, em Shiva, é, afinal idêntica à liberação.

Shiva enquanto Dançarino Cósmico personifica e
manifesta a energia eterna em suas “cinco atividades”:
1) Criação – o derramar ou expandir;
2) Preservação – a duração;
3) Destruição o retorno ou reabsorção;
4) Encobrimento – o velar do verdadeiro ser por trás
das vestes e máscaras das aparências, da indiferença,
da manifestação de Maya
5) Graça – aceitação do devoto, o reconhecimento do
empenho religioso do iogue, a concessão da paz através
de uma manifestação reveladora.

As três primeiras e as duas últimas são equivalentes,
grupos cooperantes de antagonismos mútuos; todas são
manifestadas pelo deus.

Ele as revela de modo não apenas simultâneo, mas
seqüencial. São simbolizadas pelas posições das mãos e
dos pés – sendo as três mãos superiores, criação,
conservação e destruição, respectivamente; o pé
plantado no Esquecimento é o “encobrimento” e o outro
erguido, a Graça; a “mão do elefante” assinala a
ligação entre as três e os dois, prometendo paz à alma
que vivencia a relação.

Todas as cinco atividades são manifestadas em
seqüência, simultaneamente à pulsação de cada momento,
através das transformações temporais”

(Mitos e Símbolos na arte e Civilização da Índia,
Heinrich Zimmer, 1993, Editora Palas,
Athena,p.122-125)


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lord Jagannatha


Jagannatha, Baladeva, Subhadra

Lord Jagannatha, Baladeva e Subhadra, como encontramos em muitos Templos do Brasil. Aqui vamos descrever a história por trás desta surpreendente forma de Krishna, seu irmão e sua irmã.

A muitos milhares de anos um rei chamado Indradyumna reinava uma província chamada de Malava. O rei era muito piedoso e buscava pela linda forma azulada do Senhor que através dos sábios tanto tinha ouvido falar. Certa noite o Senhor se aproximou dele num sonho e lhe informou que logo estaria chegando na forma de um tronco. O Senhor lhe disse que achando esse tronco transcendental sua forma deveria ser esculpida e adorada de acordo com as escrituras reveladas, como era o costume.

No dia seguinte, Indradyumna de fato achou o tronco boiando num rio sagrado. Mas apesar de todo o esforço ninguém era capaz de esculpir o tronco, pois todas ferramentas simplesmente quebravam, sem fazer qualquer marca no tronco. Finalmente, Indradyumna teve que chamar Vishvakarma, o grande arquiteto dos semideuses.

Porém, Vishvakarma impôs uma condição ao aceitar o serviço. Disse que sua meditação não poderia ser interrompida, não importasse quanto tempo levaria. E que se alguém entrasse no quarto onde estava esculpindo as Deidades imediatamente ele iria desaparecer sem completar o serviço. Sem alternativa, Indradyumna aceitou.

Mas com o passar do tempo, a sua impaciência ficou intolerável e, encorajado por sua esposa, ele entrou para ver como andava o trabalho. Imediatamente o escultor sumiu, conforme tinha falado. Mas ele deixou para trás três imagens meio acabadas: Jagannatha, Subhadra e Baladeva. Devido ao grande amor e devoção de Indradyumna, ele mesmo assim apreciou imensamente o resultado, proclamando que de fato o escultor tinha captado a essência do Senhor. Portanto, mesmo aparecendo inacabado, sem pés, mãos, etc., Ele estava espiritualmente completo. Todos santos e escrituras Vaishnavas atestam a esse fato. E assim a forma do Senhor Jagannatha, Subhadra e Baladeva tem sido adorada a muitos milhares de anos. Dizem também que Krishna assumiu essa forma para poder melhor apreciar e captar a linda forma de Srimati Radharani, por isso tem olhos tão grandes.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Espetáculo de dança em Campinas!

Por que Jagannatha existe!!!!




Aconteceu: Workshop no studio de dança Elektra

Dança Clássica Indiana – Odissi

Guru Manoranjan Pradhan

14 de novembro de 2010 - 9h/17hs

Culto da Tulasi - A planta sagrada de Orissa/Índia




Tulasi é encontrada antes de cada moradia ou templo hindu Vishnu na Índia e é a mais sagrada de todas as plantas. É o símbolo da Brundabati, a esposa do demônio, Jalandhara. Krishna matou o demônio causando grande dor para sua esposa Brundabati , esta desafiou Krishna com as seguintes palavras:
"Eu devo ter nascido sob a forma da planta sagrada Tulasi e você terá que suportar minhas folhas em sua cabeça para o mal que você fez para mim." Brundabati agora é encontrada em frente de muitas das casas Oriya na forma de uma estátua de pedra de uma mulher Oriya típica com todos os seus ornamentos tradicionais.


Kin 251
Macaco Auto-existente Azul


Defino com o fim de brincar
Medindo a ilusão
Selo o processo da magia
Com o tom auto-existente da forma
Eu sou guiado pelo poder da realização



'Entre o céu e a Terra está a magia da vida; por isso abro minhas portas para semear com amor.'

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tudo que é o universo corporal!

Veja só: www.fs21.com.br

Banda Sambar &Jazz

Veja no youtube: www.sambarejazz.com.br

"Despertar a alma com os delicados toques da arte"

A Dança



A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos a coreografia, ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela.

A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro. Atualmente, a dança se manifesta nas ruas em eventos como "Dança em Trânsito", sob a forma de vídeo, no chamado "vídeodança", e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o propósito artístico.

A história da dança cênica representa um mudança de significação dos propósitos artísticos através do tempo. As narrativas e ambientes ilusórios é que guiavam a cena. Com as transformações sociais da época moderna, começou-se a questionar certos virtusiosismos presentes no balé e começaram a aparecer diferentes movimentos de Dança Moderna. É importante notar que nesse momento, o contexto social inferia muito nas realizações artísticas, fazendo com que então a Dança Moderna Americana acabasse por se tornar bem diferente da Dança Moderna Européia, mesmo que tendo alguns elementos em comum. A dança contemporânea surgiu como nova manifestação artística, sofrendo influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades tecnológicas (vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas condições sociais- individualismo crescente, urbanidade,propagação e importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também fusões de outras áreas artísticas como o teatro por exemplo.

(extraído da Wikipedia)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Radha*



A mulher que conhece a deusa da lua respeita os ciclos reluzentes tanto quanto os obscuros. O contato com a natureza interior reflete uma paisagem externa exuberante e vigorosa. Então adiante façamos de cada amanhecer uma reverência cósmica e uma experiência única.
Inspire e Expire

*Radha era a pastora preferida de Krishna e o amor que emana dessa união personifica também a condição divina ligada à expressão de amor de cada ato da vida.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Invocação

Invocamos as forças celestes que nos protejam na nossa caminhada terrena.

Mudrás

Mudrá, uma palavra com muitos significados, é caracterizada como gesto, posicionamento místico das mãos, como selo ou também como símbolo. Estas posturas simbólicas dos dedos ou do corpo podem representar plasticamente determinados estados ou processos das consciências. Mas as posturas determinadas podem também, ao contrário, levar aos estados de consciência que simbolizam. Parece que os mudrás originaram-se na dança indiana, que é considerada expressão da mais elevada religiosidade. O significado espiritual dos mudrás encontra sua expressão perfeita na arte indiana. Os gestos das divindades representadas na arte hinduísta e budista e os atributos que os acompanham simbolizam suas funções ou aludem a determinados acontecimentos mitológicos. No decorrer dos séculos, os buddhas e bodhisattvas representados iconograficamente com seus gestos simbólicos e atributos propiciaram o estado de espírito próprio da meditação e criaram uma profunda atmosfera de crença.

Reflexão

“O corpo não é apenas a sede do sensível; é também a do inteligível. O inteligível se embebeda de sangue, suor e lágrimas tanto quanto o sensível. O ser que pensa, sem o ser que sente já não é ser. Se um dos dois faltar, é o mesmo que faltar tudo” (Freire).

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano Novo!

Alberto Caeiro

Quando Eu


Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima ...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor —
Tu não me tiraste a Natureza ...
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.